Agronegócios

Clima e aumento do consumo devem manter preço do café em alta

O preço do café deve continuar sua trajetória de alta nas próximas semanas, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Essa elevação se deve principalmente a eventos climáticos adversos que têm afetado a safra, além do aumento global no consumo, impulsionado pela entrada da China como um novo mercado consumidor.

A Abic estima que esse impacto nos preços persista por mais dois ou três meses, antes que se inicie um período de estabilização. No entanto, a queda nos preços só deve ser notada após a safra do próximo ano. Desde novembro de 2023, os preços já vêm subindo e essa tendência não se restringe ao Brasil, que é o maior exportador mundial de café.

Os últimos anos foram desafiadores para a lavoura brasileira devido a condições climáticas desfavoráveis. A geada em 2021 e os fenômenos El Niño e La Niña em anos subsequentes resultaram em perdas significativas na produção. O presidente da Abic, Pavel Cardoso, destaca que a colheita deste ano será ligeiramente inferior à do ano passado, refletindo um acúmulo de problemas climáticos.

Os custos de produção também aumentaram drasticamente, com repasses de até 38% ao consumidor. Na Bolsa de Nova York, o preço do café arábica atingiu recordes históricos, chegando a US$ 3,97 por libra-peso. Cardoso ressalta que essa escalada nos preços é uma questão complexa que merece reflexão por parte do setor.

Para os próximos meses, espera-se que a nova safra ajude a estabilizar os preços, mas até lá, os consumidores continuarão sofrendo com os aumentos. O Brasil permanece como o segundo maior consumidor mundial de café, com uma média de 1.430 xícaras por pessoa ao ano.

Os dados revelam um faturamento significativo na indústria de café torrado no mercado interno e aumentos expressivos nas categorias de cafés especiais e tradicionais. Nos últimos quatro anos, o preço da matéria-prima subiu 224%, enquanto no varejo houve um aumento de 110%. Essa realidade impõe desafios tanto para os produtores quanto para os consumidores à medida que a safra se aproxima.

Fonte: Da Redação c/ Elaine Patricia Cruz, Agência Brasil – SP

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